28-02-08 - Entrevista: Luis Palau sobre "Um Diálogo Amigável Entre um Cristão e um Ateu"
NEW YORK - Quando Luis Palau [conhecido como o Billy Graham da América do Sul] comunica a Palavra de Deus, ele fala normalmente diante de uma audiência ao vivo de milhares de pessoas, nos festivais evangelísticos contemporâneos que realiza em todo o mundo. Mas no seu novo livro, Palau, senta-se numa conversa com um ateu, que também é diplomata Chinês, na esperança de dar um passo positivo para trazer as Boas Novas a um país conhecido pelas suas políticas repressivas relativamente à religião.Lançado primeiro na China, Um Diálogo Amigável Entre um Cristão e um Ateu é o primeiro livro de sempre entre um diplomata Chinês, Zhao Qizheng, e um evangelista Cristão, Luis Palau. Para os Chineses, o livro toca nas crenças básicas do Cristianismo como são explicadas por Luís Palau. Para o Ocidente, ele oferece uma perspective única do Cristianismo e da filosofia da religião como vistas pela cultura e crenças Chinesas.
O Dr. Palau falou ao The Christian Post, quando esteve na cidade de Nova Iorque por ocasião do lançamento do livro nos EUA, sobre os obstáculos que ele enfrentou quando pregou o Evangelho na China, porque ele pensa que falar sobre a eternidade "agita a alma Chinesa," e sobre o que ele espera fazer na China antes dos Jogos Olímpicos de 2008.
CP: Como um evangelista Cristão, tem viajado por muitos países para pregar o Evangelho. Gostava de conhecer alguns dos desafios únicos com que se deparou ao pregar a Palavra de Deus na China.
Palau: Na China?
CP: Sim.
Palau: De facto, nas oportunidades que tive para pregar nas portas abertas, nas igrejas, e em conversas individuais, não encontrei quaisquer obstáculos no que diz respeito à minha mensagem. Na China ninguém controlou o que eu dizia, ninguém me disse que não podia dizer isto ou aquilo. Algumas pessoas na América dizem que não se pode fazer um convite para as pessoas entregarem as suas vidas a Cristo. Eu fi-lo em todas as ocasiões. Por toda a parte. E em todas elas, houve pessoas que entregaram as suas vidas a Cristo.
Em Beijing, na última vez, nas últimas vezes, deparei-me com muitas pessoas a erguerem-se e a clamarem alto, "Eu creio!". E o presidente estava lá… Ninguém me impediu. Por isso não encontrei obstáculos.
O que estou a tentar conseguir agora, que está em curso, é a permissão para reuniões de grandes ajuntamentos. Tenho sido muito claro quanto a isto, pelo que não é nenhum segredo. Desde o primeiro dia que fui a Shangai – a primeira vez em 2000 – apontei para a parte mais elevada da região ali. Eu disse que queria ver aquela parte. De um ponto muito alto olhei para o parque. Quero ver aquele parque com meio milhão de Chineses a ouvirem-me falar de Jesus Cristo. Portanto tenho sido muito claro quanto ao desejo de querer ter reuniões que envolvam grandes ajuntamentos. Quanto à permissão para isso ainda estamos a trabalhar para o conseguir. Portanto diria que isto é um obstáculo.
CP: Quais são as dificuldades?
Palau: Não sei! Só sei que me têm dito, "Seja paciente. Continue a voltar. Na China, gostamos de fazer amizade com as pessoas, conhecê-las, confiar nelas. Depois começamos a fazer perguntas … a dar coisas."
E neste momento, penso que estamos muito próximos de conseguir um grande ajuntamento público numa das maiores cidades.
CP: Que cidades tem em vista?
Palau: Bem, naturalmente, quero começar pelas maiores. Beijing, Shanghai, Nanjing…como se chama a do Sul? Hangzhao? A que tem sete milhões e meio de pessoas! A maioria dos ocidentais não têm ouvido falar dela. Está a Sul de Shangai, a cerca de uma hora. Penso que no que foi dito pelos que conhecem. Deve-se provavelmente começar no exterior indo depois aproximando-nos do centro. Portanto, agora estamos com isto em vista para um dia destes.
CP: Bem, as Olimpíadas de Verão 2008 realizar-se-ão em Beijing e isso será uma grande oportunidade. Uma série de grupos dos direitos humanos têm usado isso como plataforma para trazer questões à ribalta ... de Darfur aos refugiados da Coreia do Norte, às igrejas subterrâneas. Sendo assim, usará esse evento ou essa altura para qualquer espécie de ...
Palau: Tem de se pedir permissão. Na minha perspectiva, sendo eu um estrangeiro que vem a um país estrangeiro, como faço nos EUA ou noutros países, é preciso pedir autorização para se realizar um grande ajuntamento. Não penso que me ajudaria. Mas tenho pedido a pessoas para levarem consigo Bíblias. Desde que não as vendam, mas as ofereçam, podem levar todas as Bíblias que quiserem. Penso que é isso que acontecerá. E penso que será muito valioso. Estou a encorajar as pessoas para reservarem voos e hotéis porque estes vão lotar. E elas terão liberdade; não serão impedidas de expressarem o Evangelho, de o pregarem.
Quanto aos direitos humanos, isso é política, no meu entender. Mas quanto aos Cristãos, estou a encorajá-los a ir. Eu disse ao governo que as pessoas na China estão a encorajar pessoas a virem e a testemunharem de Cristo. E eles ficaram com receio de que os atletas o fizessem. Os atletas estão ali para jogar e ganhar. Mas podem testemunhar de Cristo como os atletas Chineses fazem. A principal estrela do futebol feminino na China é uma forte crente que leva a Bíblia para todo o lado. E se nós fizermos o nosso grande ajuntamento, perguntar-lhe-emos se poderá vir e testemunhar da sua fé. A famosa jogadora de futebol!
CP: Eu vi no exemplar da Bíblia que autografou para o Sr. Zhao que transcreveu um versículo de João 10:28 que diz assim, "E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão-de perecer, e ninguém as arrebatará da Minha mão." Porque é que escolheu este versículo particular para autografar a Bíblia do Sr. Zhao?
Palau: Por uma boa razão.
Fui muito tocado por ele. Não consta no livro mas conto sempre a história da morte do meu pai. O meu pai tornou-se crente com a idade de 22/23 anos. Ele morreu com 34. Morreu sabendo que ia para o céu, que tinha a certeza da vida eterna. Ele morreu entoando um cântico sobre o céu, ritmando-o com palmas e citando Filipenses 1: "desejo partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor." Esta manhã, um repórter da revista Christianity Today [Cristianismo Hoje] pediu-lhe que ele contasse essa história. Ele disse, "Para mim, esta foi a coisa mais tocante que ouvi o Sr. Palau dizer, pois na China não temos qualquer esperança. Nós desesperamos diante da morte. E ele disse, “Para mim, a visão que ele tem da eternidade foi muito emocionante. O pai dele estava em paz; ele cantava e batia palmas, sabendo para onde ia."
Foi por isso que coloquei este versículo. Porque sei que a propensão dos Chineses é: desespero perante a morte. Mesmo que se fale sobre a reencarnação, a maior parte das pessoas sabe que é provável que não aconteça, [risadas] ... e nós sabemos que não acontecerá. Por isso gosto do pensamento. Eu descobri, ao trabalhar com Chineses, há anos em Singapura, Hong Kong, e onde há Chineses, Indonésios ... descobri que a conversa sobre a Criação e a eternidade agita a alma Chinesa porque há um sentimento de angústia, um sentimento de vazio, há um sentimento de desespero mesmo apesar dos Chineses reverenciarem os seus antepassados. Parcialmente, é por causa do desespero de nunca voltar a vê-los de novo. Mas o Evangelho diz, “Se tens a vida eterna e eles também, vê-los-ás novamente.” É por isso que gosto muito desse versículo.
Em segundo lugar, é um dos meus versículos favoritos. Não é só na China. Em todo o mundo, a alma humana busca a vida eterna. E neste versículo, Jesus dá uma promessa tripla: Dou-lhes a vida eterna; nunca perecerão; e a garantia da vida eterna. Foi por isso que o escrevi.
CP: Agora, Dr. Palau, se hoje se sentasse com o Sr. Zhao e tivesse uma outra sessão – talvez, uma adenda para uma futura edição do livro, que tópico re-exploraria ou introduziria na conversação entre si e o Sr. Zhao?
Palau: Bem, se fosse uma conversa privada, tentaria encontrar um momento em que gostaria, através do meu intérprete, de levá-lo a ter a certeza que entregou a sua vida a Cristo. O meu sentimento é que ele dirá sempre ... Ainda hoje ele disse, “Sou cientista. Penso que sou mais agnóstico do que ateu.” Na primeira vez que o encontrei, ele disse, “Sou ateu mas tenho lido a Bíblia.” Agora ouvi-o dizer – está na cassete [risadas] – “Penso que sou mais um agnóstico que anda em busca.”
Creio que esta pessoa, o Sr. Zhao, está a um pequeno passo do Reino de Deus. Penso nisso, e tenho um sentimento de que o Espírito Santo de Deus lhe tem estado a falar e que o seu coração é macio.
E na noite passada … Esteve na reunião na noite passada?
CP: Não.
Palau: Oh. Ele falou da mãe, que está a morrer. Eu disse-lhe que gostaria de orar por ela em público, no encerramento da conferência. E orei para que Deus sarasse a mãe dele e lhe desse a vida eterna e paz com Ele. E orei por ele. Ele estava marejado de lágrimas e muco, pois estava quebrado.
Foi por isso que coloquei aquele versículo. Porque sei que a alma dos Chineses gostaria muito de ter a certeza da vida eterna, mas a China não a tem, exceptuando os crentes.
CP: Como um evangelista Cristão, tem viajado por muitos países para pregar o Evangelho. Gostava de conhecer alguns dos desafios únicos com que se deparou ao pregar a Palavra de Deus na China.
Palau: Na China?
CP: Sim.
Palau: De facto, nas oportunidades que tive para pregar nas portas abertas, nas igrejas, e em conversas individuais, não encontrei quaisquer obstáculos no que diz respeito à minha mensagem. Na China ninguém controlou o que eu dizia, ninguém me disse que não podia dizer isto ou aquilo. Algumas pessoas na América dizem que não se pode fazer um convite para as pessoas entregarem as suas vidas a Cristo. Eu fi-lo em todas as ocasiões. Por toda a parte. E em todas elas, houve pessoas que entregaram as suas vidas a Cristo.
Em Beijing, na última vez, nas últimas vezes, deparei-me com muitas pessoas a erguerem-se e a clamarem alto, "Eu creio!". E o presidente estava lá… Ninguém me impediu. Por isso não encontrei obstáculos.
O que estou a tentar conseguir agora, que está em curso, é a permissão para reuniões de grandes ajuntamentos. Tenho sido muito claro quanto a isto, pelo que não é nenhum segredo. Desde o primeiro dia que fui a Shangai – a primeira vez em 2000 – apontei para a parte mais elevada da região ali. Eu disse que queria ver aquela parte. De um ponto muito alto olhei para o parque. Quero ver aquele parque com meio milhão de Chineses a ouvirem-me falar de Jesus Cristo. Portanto tenho sido muito claro quanto ao desejo de querer ter reuniões que envolvam grandes ajuntamentos. Quanto à permissão para isso ainda estamos a trabalhar para o conseguir. Portanto diria que isto é um obstáculo.
CP: Quais são as dificuldades?
Palau: Não sei! Só sei que me têm dito, "Seja paciente. Continue a voltar. Na China, gostamos de fazer amizade com as pessoas, conhecê-las, confiar nelas. Depois começamos a fazer perguntas … a dar coisas."
E neste momento, penso que estamos muito próximos de conseguir um grande ajuntamento público numa das maiores cidades.
CP: Que cidades tem em vista?
Palau: Bem, naturalmente, quero começar pelas maiores. Beijing, Shanghai, Nanjing…como se chama a do Sul? Hangzhao? A que tem sete milhões e meio de pessoas! A maioria dos ocidentais não têm ouvido falar dela. Está a Sul de Shangai, a cerca de uma hora. Penso que no que foi dito pelos que conhecem. Deve-se provavelmente começar no exterior indo depois aproximando-nos do centro. Portanto, agora estamos com isto em vista para um dia destes.
CP: Bem, as Olimpíadas de Verão 2008 realizar-se-ão em Beijing e isso será uma grande oportunidade. Uma série de grupos dos direitos humanos têm usado isso como plataforma para trazer questões à ribalta ... de Darfur aos refugiados da Coreia do Norte, às igrejas subterrâneas. Sendo assim, usará esse evento ou essa altura para qualquer espécie de ...
Palau: Tem de se pedir permissão. Na minha perspectiva, sendo eu um estrangeiro que vem a um país estrangeiro, como faço nos EUA ou noutros países, é preciso pedir autorização para se realizar um grande ajuntamento. Não penso que me ajudaria. Mas tenho pedido a pessoas para levarem consigo Bíblias. Desde que não as vendam, mas as ofereçam, podem levar todas as Bíblias que quiserem. Penso que é isso que acontecerá. E penso que será muito valioso. Estou a encorajar as pessoas para reservarem voos e hotéis porque estes vão lotar. E elas terão liberdade; não serão impedidas de expressarem o Evangelho, de o pregarem.
Quanto aos direitos humanos, isso é política, no meu entender. Mas quanto aos Cristãos, estou a encorajá-los a ir. Eu disse ao governo que as pessoas na China estão a encorajar pessoas a virem e a testemunharem de Cristo. E eles ficaram com receio de que os atletas o fizessem. Os atletas estão ali para jogar e ganhar. Mas podem testemunhar de Cristo como os atletas Chineses fazem. A principal estrela do futebol feminino na China é uma forte crente que leva a Bíblia para todo o lado. E se nós fizermos o nosso grande ajuntamento, perguntar-lhe-emos se poderá vir e testemunhar da sua fé. A famosa jogadora de futebol!
CP: Eu vi no exemplar da Bíblia que autografou para o Sr. Zhao que transcreveu um versículo de João 10:28 que diz assim, "E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão-de perecer, e ninguém as arrebatará da Minha mão." Porque é que escolheu este versículo particular para autografar a Bíblia do Sr. Zhao?
Palau: Por uma boa razão.
Fui muito tocado por ele. Não consta no livro mas conto sempre a história da morte do meu pai. O meu pai tornou-se crente com a idade de 22/23 anos. Ele morreu com 34. Morreu sabendo que ia para o céu, que tinha a certeza da vida eterna. Ele morreu entoando um cântico sobre o céu, ritmando-o com palmas e citando Filipenses 1: "desejo partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor." Esta manhã, um repórter da revista Christianity Today [Cristianismo Hoje] pediu-lhe que ele contasse essa história. Ele disse, "Para mim, esta foi a coisa mais tocante que ouvi o Sr. Palau dizer, pois na China não temos qualquer esperança. Nós desesperamos diante da morte. E ele disse, “Para mim, a visão que ele tem da eternidade foi muito emocionante. O pai dele estava em paz; ele cantava e batia palmas, sabendo para onde ia."
Foi por isso que coloquei este versículo. Porque sei que a propensão dos Chineses é: desespero perante a morte. Mesmo que se fale sobre a reencarnação, a maior parte das pessoas sabe que é provável que não aconteça, [risadas] ... e nós sabemos que não acontecerá. Por isso gosto do pensamento. Eu descobri, ao trabalhar com Chineses, há anos em Singapura, Hong Kong, e onde há Chineses, Indonésios ... descobri que a conversa sobre a Criação e a eternidade agita a alma Chinesa porque há um sentimento de angústia, um sentimento de vazio, há um sentimento de desespero mesmo apesar dos Chineses reverenciarem os seus antepassados. Parcialmente, é por causa do desespero de nunca voltar a vê-los de novo. Mas o Evangelho diz, “Se tens a vida eterna e eles também, vê-los-ás novamente.” É por isso que gosto muito desse versículo.
Em segundo lugar, é um dos meus versículos favoritos. Não é só na China. Em todo o mundo, a alma humana busca a vida eterna. E neste versículo, Jesus dá uma promessa tripla: Dou-lhes a vida eterna; nunca perecerão; e a garantia da vida eterna. Foi por isso que o escrevi.
CP: Agora, Dr. Palau, se hoje se sentasse com o Sr. Zhao e tivesse uma outra sessão – talvez, uma adenda para uma futura edição do livro, que tópico re-exploraria ou introduziria na conversação entre si e o Sr. Zhao?
Palau: Bem, se fosse uma conversa privada, tentaria encontrar um momento em que gostaria, através do meu intérprete, de levá-lo a ter a certeza que entregou a sua vida a Cristo. O meu sentimento é que ele dirá sempre ... Ainda hoje ele disse, “Sou cientista. Penso que sou mais agnóstico do que ateu.” Na primeira vez que o encontrei, ele disse, “Sou ateu mas tenho lido a Bíblia.” Agora ouvi-o dizer – está na cassete [risadas] – “Penso que sou mais um agnóstico que anda em busca.”
Creio que esta pessoa, o Sr. Zhao, está a um pequeno passo do Reino de Deus. Penso nisso, e tenho um sentimento de que o Espírito Santo de Deus lhe tem estado a falar e que o seu coração é macio.
E na noite passada … Esteve na reunião na noite passada?
CP: Não.
Palau: Oh. Ele falou da mãe, que está a morrer. Eu disse-lhe que gostaria de orar por ela em público, no encerramento da conferência. E orei para que Deus sarasse a mãe dele e lhe desse a vida eterna e paz com Ele. E orei por ele. Ele estava marejado de lágrimas e muco, pois estava quebrado.
Foi por isso que coloquei aquele versículo. Porque sei que a alma dos Chineses gostaria muito de ter a certeza da vida eterna, mas a China não a tem, exceptuando os crentes.
