Uma Conversão Autêntica - José Jacinto Carvalho
Chamo-me José Carvalho. Tenho 48 anos, nasci no Alentejo (Serpa), mas com 8 anos fui viver para Almada.
Nasci numa família tradicionalmente católica (mas como é costume dizerem: não praticante) e, de facto, a religião não era coisa em que os meus pais se envolvessem.
Quando acabei a escola primária, uma vez que os meus pais não tinham condições para que eu continuasse a estudar, fui trabalhar. Nesta altura eu teria 13 anos.
A minha vida era trabalho/casa, ir ao café de vez em quando, até por volta dos 15 anos, quando resolvi ir estudar à noite, que por um lado foi bom pois permitiu-me evoluir mais em relação às minhas habilitações literárias.
Consegui chegar ao 7º ano. Porém começou também aí a fase mais difícil da minha vida, devido aos novos “amigos” que arranjei, pois levaram-me para uma vida de vícios, (fumo, álcool e também contacto com a droga).
A minha relação com os meus pais foi-se degradando e hoje reconheço que lhes causei muito sofrimento. Eu sei que o meu pai sofria quando eu chegava a casa, que era quando ele saía para o trabalho. Já podem imaginar que horas seriam. As palavras dele não eram muitas, mas o seu olhar dizia tudo.
E esta foi a minha vida até por volta dos meus 17 quase 18 anos.
Então Deus, na sua misericórdia, colocou no meu caminho uma jovem com 15 anos que era, e é, excepcional, lindíssima, por quem me apaixonei.
Pouco tempo depois começámos a namorar. Ela era crente e assistia na igreja evangélica de Almada, junto ao Forte de Almada, zona que eu conhecia bem porque frequentava o Jardim do Miradouro pelas razões que falei atrás.
Ela assistia aos cultos na igreja às segundas-feiras, quartas-feiras e domingos, juntamente com a mãe e a irmã, que me convidavam sempre para entrar e assistir ao culto, mas eu recusava sempre.
Naquele período do culto eu ia ter com os meus amigos, voltando quando sabia que o culto tinha terminado. Mas um dia resolvi fazer-lhes a vontade e entrei, assistindo ao mesmo.
Ainda me lembro que a mensagem era sobre Efésios, capítulo 2. Não me converti nessa noite mas houve coisas que me tocaram logo. Por exemplo, quando entrei, a forma como os crentes me receberam, impressionou-me, pois parecia que eu já fazia parte da igreja, bem como a mensagem que ouvi.
Não sei quando, mas algum tempo depois aceitei o Senhor Jesus como meu Salvador, ou seja, “converti-me”.
Conversão significa mudar de vida e a minha vida mudou mesmo. As minhas amizades mudaram, abandonei os vícios, e iniciei a minha caminhada com e para Deus. Comecei a crescer no conhecimento da Palavra de Deus e a envolver-me no trabalho da igreja. Alguns anos depois fui reconhecido como ancião.
.. e já 30 anos se passaram.
A minha maior alegria continua a ser servir o meu Deus. Nunca me arrependi da decisão que tomei e continuo a reconhecer que devo tudo ao grande amor do meu Deus, que me amou, ama e amará por toda a eternidade.
Já agora, só um desabafo! Há coisas que eu não consigo entender, tais como ver um jovem que nasceu numa família crente, que aprendeu valores e princípios de Deus, que nada têm a ver com os valores deste mundo, desprezar tudo isto e fazer o percurso de vida inverso ao meu. Não dá para entender como se pode ser tão cego - trocar as riquezas de Deus pelas bolotas do mundo.
Que Deus vos abençoe a todos, jovens irmãos, em Cristo Jesus! Estou convosco e ao vosso dispor para o que for útil.
Vosso, em Cristo,
José Carvalho