O antídoto para o regresso ao barbarismo
A palavra bondade era pouco ouvida antes da era Cristã, e a expressão homem bondoso era desconhecida. Esta elevada qualidade de caráter é produto direto da Fé Cristã.
O mundo nestes últimos poucos anos entregou-se a um barbarismo mais que condenável. Quando se deixa de praticar o Cristianismo, sempre aumenta a rudeza e também a selvajaria. Mas toda essa aspereza – essa rudeza que se expressou numa calamitosa série de guerras terríveis e sangrentas – deixou profundas marcas nos indivíduos que compõem a sociedade humana.
A nossos filhos dão-se brinquedos que falam de violência: revólveres, espingardas ou metralhadoras, tanques, bombardeiros e soldadinhos de chumbo. A média das coisas que nos divertem lisonjeia a nossa selvajaria, oferecendo-nos filmes que giram ao redor de intrigas, de assassínios, de guerras e de licenciosidade. As nossas revoltas sensacionalistas trazem ainda mais combustível à fogueira do mal, dramatizando ódios, concupiscências e as mais baixas paixões da natureza humana. E também os nossos livros de comédias e de peças cómicas não deixam de contribuir para todo esse caos moral, explorando os nossos filhinhos com cenas de violência e tornando-os igualmente brutos e intratáveis.
Esse regresso ao barbarismo agora afeta todas as áreas de nossa vida social. Vizinhos vivem a questionar. Os atritos constituem o magno problema das nossas escolas, e os "grupos de guerreiros", ou de bandidos, dos nossos adolescentes são hoje séria ameaça para as nossas cidades. Pais e mães discutem e chegam às vezes a pugilatos. Os lares estão-se a desintegrar. Deputados e senadores maltratam-se nas tribunas e, no calor dos debates, deixam de manter a dignidade dos seus cargos.
Porque e como toda essa selvajaria tomou conta da nossa vida social? É justamente porque nos esquecemos das palavras de Jesus, da Palavra de Deus.
Temos brincado com o vício e até o temos exaltado, e temos troçado da virtude. Temos abandonado os modos bondosos e morais, e exaltamos os modos rudes, selvagens e viciosos. Temos voltado à era dos bárbaros, à era do "dente por dente", das "unhas e dentes", da "sobrevivência do mais apto" e à filosofia do "direito da força". Somos ricos de conhecimentos, mas pobres de compreensão e sabedoria; ricos nas técnicas guerreiras, mas lamentavelmente deficitários em bondade, mansidão e fé. Individualmente, somos verdadeiras fábricas de ressentimentos, de irritações, de amarguras e de frustrações!
A Bíblia diz: "mas a sabedoria que vem do alto é primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia" (Tiago 3:17).
Tenho visto homens endurecidos, ríspidos e violentos abrir os seus corações pela fé, recebendo Cristo como seu Salvador pessoal e tornando-se bons, pacientes e misericordiosos.
Lembro-me de que, quando estive em Londres, a Companhia Ford ter posto à nossa disposição dois carros novos e ter destacado dois motoristas para conduzir o nosso grupo aos vários locais de reunião. Um desses motoristas era pessoa de gestos e atitudes rudes, que aprendera quase tudo quanto de rude o mundo pode oferecer. Assistia às reuniões e acompanhava tudo maquinalmente e com aquele desinteresse de profissional. Certa noite, porém, sentiu-se arrastado até à sala dos conselheiros espirituais, e decidiu-se por Cristo. Creio que jamais se viu tão radical mudança como a que nele se processou! Aquela sua dureza de modos desapareceu por completo; aquele verniz de indivíduo sofisticado derreteu-se inteiramente. Era agora uma nova criatura! Abandonou por completo a literatura picante e imoral e começou a decorar o Novo Testamento, tendo-se tornado num verdadeiro Cristão, homem bom. "O fruto do Espírito é: ... bondade" (Gálatas 5:22 e 23).
Billy Graham



