O segredo da felicidade III
Jesus contou-nos a dramática história dum homem que baralhou as suas ideias a respeito da pobreza e da riqueza. Tal homem, num solilóquio, todo cheio de si mesmo, certa noite, dizia: "Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga" (Lucas 12:19). Nunca lhe ocorrera que a alma não se alimenta de bens materiais e que não é com carne e vinho que se sustenta o coração. Justamente por causa de sua estupidez e por haver dado maior importância às coisas materiais, Deus disse-lhe naquela mesma noite: "Louco" (Lucas 12:20). E a todos quantos em qualquer tempo se virem tentados a arrazoar falsamente como aquele homem, Deus diz: "Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus" (Lucas 12:21).
O leitor tem um corpo com olhos, ouvidos, nariz, mãos e pés. O seu corpo tem desejos e apetites legítimos: apetece comer e beber, tem o apetite sexual, o apetite de companheirismo ou associação.
Mas a Bíblia diz-lhe que você é mais do que corpo. É também alma vivente! A sua alma foi criada à imagem e semelhança de Deus. Assim como o seu físico tem certas características e apetites, também a sua alma os tem. Os característicos da alma são a personalidade, a inteligência, a consciência e a memória. A sua alma anseia por paz, contentamento e felicidade.
Neste mundo em que vivemos, costumamos dar maior atenção à satisfação dos apetites corporais e quase nenhuma aos da alma. Por isso somos unilaterais. Engordamos física e materialmente, ao passo que espiritualmente nos tornamos magros, fracos e anémicos.
A alma, criada à imagem e semelhança de Deus, não se satisfaz completamente enquanto não conhece bem a Deus. E somente Deus pode satisfazer os profundos desejos, aspirações e apetites da nossa alma.
Pode-se ter o encanto duma estrela de cinema ou a riqueza dum milionário do Texas e ainda assim não se ser feliz e não se ter paz nem contentamento. Porquê? Simplesmente pelo facto de se ter dado atenção só ao corpo e não à alma.
A alma, na verdade, exige tanta atenção como o corpo. Precisa de amizade e comunhão com Deus. Precisa de culto, de sossego e de meditação. Se diariamente não se alimentar e exercitar a alma, ela torna-se fraca e mirrada. Acabará descontente, confusa e inquieta.
Muita gente volta-se para as bebidas alcoólicas, intentando assim sufocar os gritos e aspirações da alma. Alguns apelam para uma nova experiência sexual; outros buscam abafar as aspirações espirituais de outras maneiras. Mas, ninguém e nada satisfaz completamente a alma senão Deus, porque ela foi feita para Deus, e sem Deus ela fica em desassossego e em tormentos secretos.
O primeiro passo para Deus é perceber e sentir a sua pobreza espiritual. O pobre de espírito não mede o valor da vida por possessões terrenas, que se podem perder da noite para o dia, mas em termos de realidades eternas, que duram para sempre. Sábio é quem abertamente confessa sua falta de riqueza espiritual e de humildade de coração, e clama: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, pobre pecador."
Na economia de Deus, o esvaziar vem antes do encher, a confissão de pecado antes do perdão e a pobreza precede às riquezas. Cristo disse que há felicidade no reconhecimento dessa pobreza espiritual que permite a entrada de Deus em nossas almas.
Agora, a Bíblia ensina-nos que as nossas almas estão doentes. E tal doença é pior que o próprio cancro, do que a poliomielite, do que a pior doença cardíaca. É a praga que causa todas as perturbações e dificuldades que há no mundo. Provoca todas essas confusões, atritos e desilusões da sua própria vida. O nome dessa doença é uma palavra terrível. Não gostamos de empregá-la. Mas é uma palavra que os psiquiatras estão a começar a empregar de novo. Na ânsia de sermos modernos, quase que temos esquecido essa palavra, mas novamente estamos a começar a sentir que ela está radicada em todos os males humanos. É o pecado.
O homem pecou contra o seu Criador. E Deus é santo, recto e justo. Ele não admite a entrada do pecado à Sua presença. Por isso o pecado se pôs entre Deus e o homem.
Portanto, agora devemos confessar que temos quebrado Suas leis, que estamos dispostos a abandonar nossos pecados e que reconhecemos que, sem a Sua amizade e favor, a vida é vazia e está arruinada. Isso não é coisa fácil! Sim, porque todos somos mais ou menos orgulhosos e expressamos tal orgulho de uma forma ou de outra. Detestamos confessar que estamos errados ou que temos falhado. Mas Deus diz: "Todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23). Não temos vivido de acordo com os padrões divinos. Não só temos errado os alvos que Ele traçou para nós, mas ainda os temos pervertido. Urge confessarmos os nossos pecados, pois que este é o primeiro passo para a felicidade, para a paz e o contentamento!
“Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo” (Actos 16:31).
Billy Graham